Em 1402 o imperador chinês Zhu Yun Wen foi deposto pelo seu tio Zhu Di. O antigo imperador desapareceu no meio do caos das batalhas entre os dois exércitos. Acreditou-se que ele havia fugido disfarçando-se de monge. A história nunca mais registrou o seu nome desde então.
O que teria acontecido a ele? A morte é a opção menos interessante. Imagine se ele realmente se disfarçou de monge e, após viver a opulência, ser elevado a um estado de deus vivo, de desfrutar todos os prazeres da corte imperial, ele tenha simplesmente entrado em uma vila, pegado um pedaço de terra e tenha vivido pacatamente os anos que lhe faltavam. O que se passava em sua mente? Estaria ele mais feliz? Como seria ver e viver dois mundos tão distintos? (e num tempo sem televisão, revistas e culto a imagem isso seria possível). Nascer na glória imperial e morrer como um fazendeiro ou pescador no interior da China do século 15?
Nas histórias (ficção) só se preocupa em relatar o que se passa com os personagens centrais, mas e o que será que acontece com os demais? E na história real, o que se passa com os personagens deixados de lado, qual é o fim deles e como eles vivem até o dia derradeiro? Não seria a vida deles muito mais rica do que a previsível história do herói, da heroína, da donzela e do vilão? Não estaria ai, nas bordas, nos esquecidos, a ficção que valeria a pena ler, que renovaria os já batidos tema da literatura, cinema, teatro e tv?
Vale sempre a pena imaginar. Espero postar em breve uma vida imaginária do imperador Zhu Yun Wen, esquecido pela história em alguma vila litorânea de uma antiga China.
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