Esse é o segundo extrato de Psicopatologia da Vida Cotidiana, de Sigmund Freud, publicado aqui. Anteriormente vimos um trecho de pura literatura, de engenhosidade só encontrada nos contos populares. O trecho de hoje é mais teórico. Ele nos permite pensar de uma forma mais ampla sobre os diversos aspectos da atividade humana, seja ela expressa pela cultura, religião, mitologia ou pelas ações rotineiras da mente. O extrato abaixo pode ser o ponto de partida para se analisar a forma humano-animal dos deuses egípcios, a relação do homem com a natureza, das construções teóricas sobre o mundo natural.
“Quando os seres humanos começaram a pensar, foram forçados, como se sabe, a explicar o mundo externo antropomorficamente, através de múltiplas personalidades semelhantes a si mesmos; eventos casuais, que eram interpretados por eles superticiosamente, eram desse modo atos e manifestações de pessoas. Eles se comportavam, portanto, exatamente como paranóicos, que tiram conclusões de sinais insignificantes fornecidos por outras pessoas, e exatamente suas estimativas a respeito do caráter dos vizinhos nos atos involuntários e casuais deles.”
Psicopatologia da Vida Cotidiana. Sigmund Freud – Imago Editora, 1976 RJ. Pág. 310
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